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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

A ponte do rio Kwai (The Bridge on the River Kwai) - 1957; a estupidez humana

A ponte do rio Kwai (The Bridge on the River Kwai), lançado em 1957.
Um filme de David Lean.
Falar sobre esse filme é complicado. Como dizer com palavras (sem fazer um texto muito longo) o quão fantástico é este filme, sem parecer puxa-saco?
David Lean, um dos diretores mais importantes da história do cinema, que assina pelo menos meia dúzia de obras soberbas que hoje são grandes clássicos (do qual The bridge on the river Kwai faz parte) filmou essa superprodução em plena década de 50 (tempo no qual os produtores eram quem realmente decidiam como seria uma obra; o cinema autoral foi ganhar verdadeiro espaço a partir dos anos 60) e uniu esplendor visual  à seriedade e inteligência ao contar uma história.

Estamos na atual Tailândia, no meio no nada, em plena II Guerra, onde vários soldados britânicos são prisioneiros de guerra dos japoneses. Eles são obrigados a construírem uma ponte ferroviária sobre o rio Kwai, comandados pelo oficial japonês Saito. Após duras negociações, percebendo que a obra não ia para frente, Saito aceita deixar o comando nas mãos do também prisioneiro cel. Nichoson (Alec Guinness) , que está interessado não em ajudar o inimigo mas em manter seus homens ocupados com um trabalho. Enquanto isso o exército britânico tem outros planos.

Produzido quando a poeira da II Guerra ainda assentava e a guerra fria estava em seu ápice, A ponte do rio Kwai mostra toda a estupidez humana com seus conflitos sangrentos. Inclusive toda a estupidez do contexto em que foi filmado deixou uma marca que precisou de anos para ser revelada: os verdadeiros autores do roteiro (Carl Foreman e Michael Wilson) não foram creditados, pois eram considerados comunistas e estavam sendo investigados pelo governo norte-americano. Nos créditos o roteiro era apontado como de Pierre Boulle, autor do livro que originou o longa.
A mentira pelo menos serviu para que a película fosse homenageada com sete Oscar, inclusive o de melhor roteiro adaptado.

E o roteiro é mesmo um dos maiores êxitos, inteligentíssimo, cheio de diálogos memoráveis, vivos, filosóficos, cheios de ironias explícitas e, principalmente, implícitas. O tempo todo é explicita a posição de Lean sobre tudo aquilo: a guerra é uma insanidade, no mínimo uma grande parvoíce empurrada com a barriga de homens que a defendem com discursos sobre honra e glória. Mesmo o cel. Nicholson - interpretado magistralmente por Alec Guinnes, no maior papel de sua carreira - com seus atos corajosos, heroicos, pode ser visto como um louco obsessivo cegado pelo orgulho.
Além de conteúdo, o filme é belíssimo. Fotografia deslumbrante, grandes planos dos cenários, paisagens exóticas, cenografia e figurino impecáveis. A explosão e a queda foram reais, nada de efeitos especiais. A trilha sonora também é ótima.

Tudo imponente, grandioso. Sem dúvidas um dos melhores épicos de sempre.
#ficaacida

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