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sábado, 21 de dezembro de 2013

O Jardim dos Finzi Contini (Il giardino dei Finzi Contini) - 1970; a intolerância dos regimes totalitários

O Jardim dos Finzi-Contini (Il giardino dei Finzi-Contini), lançado em 1970.
Um filme de Vittorio De Sica.
Vittorio De Sica é um dos pais do neorrealismo italiano, movimento surgido imediatamente após a II Guerra, que denuncia com crueza os problemas sociais da Itália. É de De Sica o clássico Ladrões de Bicicleta, um dos expoentes do movimento. Quando ele filmou Il giardino dei Finzi Contini, baseado no romance homônimo de 1962 do italiano Giorgio Bassani, o movimento já tinha acabado. Neste filme ele retorna com os problemas sociais de seu país perto do conflito, depois de ter se rendido por um período aos esquemas hollywoodianos, mas desta vez não acompanharemos a vida de pobres, mas de ricos.


Na cidade de Ferrara, Itália, a família de judeus Finzi Contini é uma das mais ricas e tradicionais. Com o regime fascista de Mussolini, aliado ao nazismo anti-seminta de Hitler, os judeus são proibidos de frequentar clubes. Nessa época a família abre suas portas e recebem convidados, judeus e não judeus, para se divertirem em seu jardim. Micol é a herdeira mais velha e nutre grande afeto pelo irmão Alberto, jovem não muito saudável. Giorgio, um dos amigos da família se apaixona por ela, no entanto Micol está interessada num amigo de seu irmão, Malnate. Enquanto isso a repressão contra os judeus vai se tornando cada vez pior.

É de forma sutil que De Sica narra sua história. Muitos dos pormenores da trama são apenas insinuados, nos levam a suspeitas que muitas das vezes jamais são confirmadas ou desmentidas. Ficamos na dúvida depois que termina a película. Os personagens variam de um jovem rebelado com a sociedade, mas incapaz de tentar qualquer coisa que pudesse melhorá-la, até uma bela jovem que parece incapaz de amar. Parece ainda haver atrações incestuosas e homossexuais nesse núcleo social, mas isto são suposições do que o filme pode dar a entender. O elenco competente tem forte contribuição para isso funcionar, trazendo nomes como Dominique Sandra, Helmut Berger e Lino Capolicchio.
Fora dos muros da propriedade dos Finzi Contini a Itália rui e os direitos humanos são violados, mas a maioria das pessoas não percebe o que realmente acontece ou ignora. Vivem suas vidas o mais próximo possível de como sempre viveram, se preocupando apenas com suas vidas e esperam. Há coisa mais comum que isso?

Embora o filme tenha um grande charme, também tem seus problemas. O primeiro é que pode ser bem monótono às vezes, cansativo, mesmo não sendo longo. Mas o que mais desagrada é a câmera que parece ter vida própria e sofrer de esquizofrenia. Um série de cortes violentos e zooms desagradáveis (o tempo todo ficam brincando com a ferramenta) são as pedras no meio do feijão. Mas ainda sim merece ser assistido.

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