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quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Amor, sublime amor (West Side Story) - 1961; amor e ódio

Amor, sublime amor (West Side Story), lançado em 1961.
Um filme de Jerome Robbins e Robert Wise.
Além de ser o filme musical mais bem sucedido da história; West Side Story é um verdadeiro retrato da sociedade norte-americana da época em que foi lançado, coisa que poucas outras produções do gênero foram capazes de fazer. Sem falar que é bem diferente, cheio de charme e divertido. Imperdível para quem curte musicais.

Estamos em West Side, em Nova York, no final dos anos 50. Duas gangues rivais - uma de "nativos", os Jets, e outra de imigrantes porto-riquenhos, os Sharks - se enfrentam pelo domínio da área. No meio desse conflito o antigo líder dos Jets vai se apaixonar pela irmã do líder dos Sharks.

Esta é a adaptação cinematográfica de um espetáculo homônimo da Broadway, claramente inspirado em Romeu e Julieta, onde um casal de famílias/gangues inimigas vivem um amor impossível. Mas não é no melodrama romântico que este filme nos encanta, é a sujeira do mundo onde é ambientado. West Side Story é anos 60, é anos 2010, é toda a história norte-americana.
Mas sobretudo é anos 50/60 mesmo.

Nesse período que as chamadas tribos urbanas começaram a aparecer com mais notoriedade e atingiram seu ápice. Em toda a história do país houve gangues, mas foi na segunda metade do século XX que a "cultura marginal" mais se desenvolveu e os grandes centros urbanos viram aumentar os níveis de violência. Nosso filme tem isso.
Também em toda a história dos EUA eles receberam um grande número de imigrantes, das mais diversas nacionalidades. Mas foi a partir do fim da II Guerra e durante a Guerra Fria, momento em que toda a América Latina vivia sob ditaduras, que uma verdadeira onda de latinos adentrou o país. Esses fatos ainda hoje se repetem, como também se repete a marginalização desses imigrantes e o preconceito com o qual são vistos. Nosso filme também tem isso.

Como já disse o musical é um retrato da sociedade de sua época. E é original por não só trazer esses elementos violentos e "feios" num musical como também por denunciá-los, numa época no qual o cinema ainda era bastante comercial e voltado quase somente para diversão. É um filme bem teatral, com muitas falas, ações e até personagens bastante artificiais - característica de musicais e de películas da época - mas mesmo assim você se entrega a ele. As coreografias são bem ensaiadas e complicadas (as lutas são um verdadeiro balé) e as músicas, num geral, muito interessantes; algumas bem ácidas, que reforçam a crítica social que o filme faz e a sua temática violenta. Junte isso a figurinos competentes, cenários magníficos e alguns efeitos especiais. E some com os desempenhos enérgicos da maioria do elenco, em especial Rita Moreno e George Chakiris. O resultado é Amor, sublime amor.

#ficaadica

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