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terça-feira, 5 de novembro de 2013

Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love) - 1998; uma versão "pop" do dramaturgo mais famoso da história

Shakespeare Apaixonado (Shakespeare in Love), lançado em 1998.
Um filme de John Madden.
Shakespeare Apaixonado é um filme de erros e acertos. Você pode não aceitar a ideia de colocarem um ator tão bonito e charmoso para representar alguém como William Shakespere, mesmo sabendo que não passa de marketing. Também pode não aceitar como Gwyneth Paltrow, bela mas um tanto insossa, tirou o Oscar das mãos de Fernanda Montenegro, Meryl Streep e Cate Blanchett. Mas certamente reconhecerá que este filme tem seu charme e doçura.  Na trama presenciamos uma ruptura do artístico com o comercial: o produtor quer uma comédia com um cachorro, mas Shakespeare prefere ouvir seu coração e cria a peça mais famosa da história. 

No reinado de Elizabeth I (Judi Dench) vive William Shakespeare (Joseph Fiennes), ainda jovem, que trabalha escrevendo peças para os dois teatros de Londres, que competem por público. Ele passa por um bloqueio criativo e acredita que só encontrando uma musa inspiradora conseguirá escrever. Depois de algumas desilusões ele conhece Viola De Lesseps (Gwyneth Paltrow), uma jovem mulher da nobreza, apaixonada por teatro. Durante o dia ela se traveste de homem para ensaiar uma peça de William (a famosa Romeu e Julieta), que não sabe de sua identidade, e durante a noite se encontra com ele, mesmo estando prometida a um outro homem.

John Maden se propõe a criar uma história fictícia de amor que inspirou Shakespeare, de quem pouco se conhece a vida pessoal. É ficção baseada numa figura real, talvez tentando responder a velha pergunta de todo fã de algum livro: será que o autor viveu história semelhante na vida real? E o diretor consegue criar um filme doce, sonhador e romântico. Ele dá, com merecimento, uma bela musa ao escritor. Ele cria uma bela história de amor que por sua vez inspira outra, a que todos nós conhecemos.
No filme vemos pequenas intrigas políticas, a disputa artística de Shakespeare com outro famoso dramaturgo inglês da época, Christopher Marlowe, a quem invejava e admirava. Essas cenas são temperadas com um humor ingênuo que as deixam mais leves. O humor mais afiado sai da boca perversa de Judi Dench, a rainha amargurada sabe ser sarcástica. Parte do humor também se deve aos referenciais de cultura pop, o filme é carregado delas (por exemplo, "Siga aquele barco'" e "O show deve... você sabe."), o próprio Shakespeare assume o papel de um astro pop na trama.

O filme fala de teatro, por isso é natural que o filme seja também um tanto teatral, com direito a Geoffrey Rush fazendo caras e bocas enquanto tem suas botas queimadas e depois esfriando os pés num cocho de água. E Imelda Stauton até se joga aos prantos fingidos em cima de Colin Firth, enquanto Paltrow foge. Mas mesmo assim existem problemas que precisam ser ignorados para se entregar melhor ao filme: você tem que fazer de conta que uma dezena de homens não conseguiriam perceber que o novo ator na verdade é uma mulher, ainda que um deles seja amante dela, tem que fingir que acredita na luta estúpida que se arma do teatro, e tem que fingir que o século XVI era tão rico em pessoas bonitas e de dentes impecáveis. E claro: tem que perdoar Paltrow por ter levado um prêmio importante que não merecia. Se conseguir fazer isso o filme fica ainda melhor. 

#ficaadica

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