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quarta-feira, 13 de março de 2013

Billy Elliot (idem) - 2000; os delicados tabus presentes na vida

Billy Elliot (Billy Elliot), lançado em 2000.
Um filme de Stephen Daldry.
O primeiro longa metragem do nosso já conhecido Stephen Daldry (para mais resenhas de obras suas, clique em seu nome, sob o título) é um filme de erros e de acertos, no final pesa mais para o lado bom, e nos presenteia com uma verdadeira parábola; no entanto possui falhas difíceis de ignorar.

Na Grã-Bretanha de Thatcher de 1984-1985, durante uma greve de mineiros, em uma cidade que tem o carvão como fonte de riquezas, vive Billy Elliot, uma menino caçula que gosta de dançar e se exprimir por meio do corpo. Ele já não tem mãe, apenas conserva a lembrança dela e o sentimento de "o que é e o que poderia ter sido", constantemente comparando o pai com ela. O viúvo e o filho mais velho são grevistas, e naturalmente machistas. Billy frequenta as aulas de boxe, e é um desastre com o esporte. Mas um dia ele assiste a uma aula de balé, se interessa, timidamente experimenta alguns passos e secretamente começa a frequentar as aulas, onde é o único menino. Mas claro que a família vai tentar barrar o sonho do menino de entrar para a Escola Real de Balé, sem reprimir a identidade do garoto.

Billy Elliot aborda a delicada questão do preconceito que determinadas profissões causam quando praticadas por pessoas do "sexo não predominante". Isso não é questão apenas de homens bailarinos, mas também homens enfermeiros e professores e mulheres engenheiras ou policiais, por exemplo. O que a sociedade e a família logo pensam sobre Billy é que ele é homossexual, mas ele não parece ser um - mas em todo o filme também não nos é dito claramente que não seja. O melhor amigo de Billy é que é gay, não tarda muito para descobrirmos, e é por pensar que Billy também seja que ele se assume, já que se sente atraído por ele. O menino, diante de tal tabu, precisa decidir entre abandonar seus sonhos e vocações ou enfrentar a resistência principalmente da família.

O maior problema da película é que é alegre demais. Sim, a história merece ser contada, mas os problemas enfrentados pelo menino e pela sua família em dificuldade e sem uma mãe, que seria uma referência feminina, são ainda maiores e mais amargos que o que nos é apresentado. E muita coisa não soa nada natural. Michael, com apenas uns 11 anos ou pouco mais, em plena década de 80, seria mesmo tão confiante quanto à sua sexualidade, e agiria de modo tão natural, sem grandes conflitos externos? Talvez sim já que o pai se traveste quando sozinho, mas ainda sim pouco crível. Por mais que Billy ame dançar, também é pouco crível que saia a dançar sozinho no meio da rua. Mas na minha opinião a pior cena foi a mais cliché: depois de tanto se recusar a dialogar com o filho, o pai muda de idéia apenas por ver o talento do filho e ainda sai a se sacrificar para conseguir dinheiro. Na minha visão, coisas um tanto apelativas.

Mas torno a dizer, os acertos são maioria e no fim é sim um filme gratificante.

#ficaadica

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