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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Gangues de Nova York (Gangs of New York) - 2002; sanguinário e sujo

Gangues de Nova York (Gangs of New York), lançado em 2002.
Um filme de Martin Scorsese.
Talvez esse seja o filme mais desagradável de Scorsese, e uso a palavra não para dizer que é um filme ruim, pelo contrário, gostei muito, mas sim por ser um filme violento e sujo, pesado. Em suma, não recomendável para crianças. Talvez seja o mais sanguinário e "feio" filme que já vi.
Desta vez o tema é a cidade de NY por volta de 1860, às vésperas da Guerra Civil e durante a chegada de milhares de irlandeses ao país, onde conflitos étnicos e ideológicos manchavam a cidade de sangue.

Estamos em 1846, numa região de New York chamada de "Cinco pontas", é uma região pobre da cidade. E numa cidade dominada por facções, duas delas entram em conflito: os "Coelhos Mortos", grupo de irlandeses católicos comandados por Pe. Vallon (Liam Neeson), pai de Amsterdam (DiCaprio), e os nativistas, liderados por Bill, o açougueiro (Day-Lewis). Numa sangrenta batalha Amsterdam fica órfão, e o Pe. é enterrado com alguma honra, por ser considerado por Bill como o último homem honrado da cidade.
Já em 1862 Amsterdam volta a Cinco Pontas com anseios de vingança, e descobre Bill como um poderoso homem na região, que recebe partes dos lucros de toda a gente, e por toda a gente é temido. Então ele se "enturma" com Bill adquirindo sua confiança, enquanto ainda se apaixona por uma vigarista que também é protegida do Açougueiro. É preciso que uma tentativa de homicídio dê errada e Bill descubra quem é Amsterdam, para que finalmente os dois homens declarem guerra. Mas paralelo a isso temos ainda mudanças na política e uma iminente guerra civil por todo o país, deixando o clima mais tenso e eventuais confrontos ainda mais brutais.

Gangues de Nova York é mais um bom filme de Scorsese, um legítimo Scorsese, mas não o melhor filme do diretor. A narrativa muitas vezes fragmentada é um tanto confusa, deixando um pouco difícil de acompanhar, e alguma cenas chegam a ser monótonas. Mas os defeitos não são muitos. Além de um enredo interessante, que não deixa distrair com o romance dos protagonistas, com ótimos diálogos, temos atuações fantásticas. Até Cameron Diaz fez por merecer (leia-se: Scorsese tirou leite de pedra), Liam Neeson em sua pequena aparição impressiona, e DiCaprio que já provou seu talento e versatilidade não joga fora a oportunidade. Mas o show mesmo é de Day-Lewis, impressionante na pele de Bill, o Açougueiro, uma homem frio, xenofóbico e racista, que a cada olhar revela seu desprezo pelos imigrantes e negros, sarcástico, violento e autoritário.

Quanto à trama, podemos dizer que ele revela uma idéia muito interessante: o sonho americano não existe. Vemos milhares de europeus fugindo da fome do Velho Mundo esperando encontrar paz e prosperidade na América, mas quando chegam só encontrar pobreza, intolerância e violência. Se hoje temos a idéia de que os EUA é um país ótimo para se viver, vemos que nem sempre foi assim, e que os problemas existem mesmo no primeiro mundo. Lá a democracia não funcionava, não passando de hipocrisia, e a liberdade individual de crença passava longe de ser realidade. A política é corrupta e a polícia ineficiente.
A rixa entre gangues é tão grande, temos até uma cena de "bombeiros voluntários" brigando para ver quem apagava o fogo enquanto uma multidão saqueava o prédio em chamas. Além disso tudo o tema da lealdade e da vingança saltam da tela. Vale a pena conferir essa obra cinematográfica.

#ficaadica

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