Um filme de Daniel Barnz.
Sou grande fã de Friends e consequentemente de Jennifer Aniston. E é por causa de Friends e sua eterna Rachel, que Aniston é uma das atrizes mais queridas dos EUA. No entanto esse meu "fanatismo" por ela começa em Friends e ali mesmo termina. Após a sitcom ela continuou famosa (diferente dos colegas da série) devido à uma enxurrada de filmes de comédia ou comédia romântica que nunca me interessaram. Em Cake ela abraçou um papel dramático e houve quem apostasse que seria indicada ao Oscar. Cake é um filme mediano em que Aniston mostra ser capaz de papéis dramáticos, embora não justifique prêmios.
Após sofrer um acidente que mata seu filho e a deixa muito ferida, Claire (Aniston) sofre de dor crônica, o que a obriga a se entupir de analgésicos e sedativos. Infeliz, sua relação com as pessoas é dificultada e ela sobra quase sozinha, sem saber onde e como arrumar forças para continuar.
Menos magra e com pouca maquiagem (exceto a usada para criar cicatrizes), Aniston faz um trabalho cru, onde o que conta são os nuances de cada gesto, cada postura, cada expressão facial. Cercada de coadjuvantes competentes, a base para a qualidade de seu trabalho é moldada. Claire é carregada de dor, tristeza, culpa e amargura. No entanto o filme não vai muito além disso.
Tirando os atores, em especial Aniston, nada mais se destaca no filme. Na fotografia há muita técnica para pouca sensibilidade. E o roteiro tropeça muito. Em diversos momentos a obra flerta com a comédia e o resultado não é bom. As piadas de humor negro e o sarcasmo de Claire são toleráveis, combinam com a personagem amargurada e revoltada com os rumos da vida. Mas uma mexicana xingando em espanhol e uma pequena ladra - que supostamente há de se tornar atriz pornô depois de se frustrar com uma carreira artística - fazendo bons bolos estão ali como extravagâncias.
As alucinações envolvendo uma morta, então, não ajudam em nada.
E o enredo é a velha fórmula da pessoa que precisa superar um trauma.
Só vale a vista pela Aniston.
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