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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Marty (idem) - 1955; os feios também amam

Marty (Marty), lançado em 1955.
Um filme de Delbert Mann.
Lançado ainda nos Anos Dourados do cinema norte-americano, tempo de épicos grandiosos, galãs e beldades, Marty é sobre duas pessoas feias em busca de amor e felicidade. Essa desconstrução do modelo da época acabou dando ao filme de orçamento modesto o Oscar e a primeira edição da Palma de Ouro. Porém é um tanto insosso.

Marty (Ernest Borgnine), um açougueiro solteirão descendente de italianos, vive sendo cobrado de sua mãe e de outras pessoas que se case logo. Gordinho e pouco atraente, ele tem baixa auto estima e após muito insucesso com as mulheres e saídas sem sentido com outros amigos fracassados, ele desiste de procurar um amor. Mas depois de um apelo de sua mãe ele decide tentar mais uma vez ir em uma danceteria, onde conhece Clara (Betsy Blair) uma professora também solitária e não muito bonita.

Embora não faltem Marty's no mundo, pessoas solitárias com dificuldades em iniciar ou manter relacionamentos amoroso/sexuais, o filme não cativa muito. Até mesmo quem enfrenta estes problemas e se identifica com o personagem (que aliás é um belo trabalho de Borgnine) pode acabar achando a trama um tanto vazia. Em uma hora e meia de filme (o mais curto até hoje a levar o prêmio da Academia) o enredo aborda pouco mais de 24h na vida de Marty. Se essa sensação de quase acompanhar a rotina do personagem foi algo um tanto inovador para a época, também não deu o melhor dos resultados. A trama muito simples parece ter sido arrastada para alongar a duração da obra, por outro lado algumas mudanças nos personagens acontecem de maneira forçada, rápida demais. Como depois de uma vida toda tentando arrumar uma mulher para o filho, uma mãe, baseada numa conversa de cinco minutos (com uma vovó de quem ninguém gosta e que quase parece mais jovem que eu), começa a achar melhor que ele more sozinho com ela até sua morte? Como isso ganhou um prêmio de melhor roteiro?
Marty é um estudo de pessoas. Mas só ele parece ter sido bem estudado. Até Clara é bastante mau desenvolvida. Eita mulher chatinha, aliás. Sem sal e para trás como era, não é de se estranhar a falta de um amor; seu problema nem era a aparência, até era bonita. Foi uma tentativa não tão boa de filmar algo mais perto da realidade (afinal, o mundo é feito de pessoas feinhas, não das beldades do cinema); foi quase um cinema independente dos anos 50. Hoje já não é muita coisa.
A fotografia, porém, é boa; mesmo sem os cartões postais de Nova York enfeitando-a.

Não é de estranhar que seja um filme tão pouco lembrado hoje em dia. Não faltam filmes piores, mas para um ganhador de uma Palma de Ouro é bem frustrante e pouco recomendável. A não ser que você queira fazer uma indicação que talvez alegre momentaneamente - ou não - seu tio solteirão que já desistiu de arrumar companhia.

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