Um filme de Vincent Ward.
Não ando tendo sorte com Robin Williams. Os últimos filmes com ele que assisti não me agradaram muito, embora a culpa não seja dele (ou pelo menos não toda a culpa). No horrendo Amor além da vida ele vai viver uma história surreal e espiritualizada inspirada na medieval Divina Comédia de Dante.
Um casal é abalado com a morte das crianças em um acidente. Anos depois o marido morre também. Quando ele chega ao paraíso ele reencontra seus filhos. Mas logo fica sabendo que sua esposa, desesperada com sua morte, se matou, e por isso foi mandada ao inferno. Ele então vai até lá para tentar salvar a alma de sua esposa.
Embora o filme tenha grandes acertos na parte visual, com cenários incríveis que por vezes lembram pinturas a óleo, aquarelas ou afrescos de artistas da Renascença, cheios de cores e texturas que parecem que podem ser sentidas caso você levante a mão e alise a tela, o filme desliza feio em todo o resto, a começar pelos títulos horríveis; tanto o original quanto o brasileiro.
Ward tenta fazer um filme espiritualizado que não se limite a uma só crença. Mas obviamente não consegue. Ele cria um paraíso comandado por um deus monoteísta e cria nada mais que um sermão religioso cristão e chato. Seu roteiro teológico se confunde com um drama banal e piegas, cheio de pequenas coisas que tentam desesperadamente arrancar lágrimas da platéia. O resultado é desconcertante e chato, profundamente chato. As lições filosóficas, de redenção e de carpe diem (expressão horrendamente eternizada na voz de Robin Williams) estão muito longe de darem certo. São banais e esquecíveis.
A atuação contida de Robin Williams, nem das piores nem das melhores, não faz muito pelo filme. Menos ainda faz Annabella Sciorra como a suicida fadada ao eterno sofrimento. Nem vou falar nada de Cuba Gooding Jr.. No fundo só mesmo a fotografia do português Eduardo Serra, que usou um filme especial para criar a saturação de cores, e a equipe dos outros efeitos especiais é que tiram o filme da lama.
Nenhum comentário:
Postar um comentário