A montanha sagrada (The Holy Mountain), lançado em 1973.
Um filme de Alejandro Jodorowsky.

Este foi meu primeiro contato com algum trabalho do chileno Alejandro Jodorowsky. Fiquei chocado.

Um homem que se parece com a imagem clássica de Jesus Cristo (e por isso serve de molde para estátuas), depois de assistir a uma peculiar luta animal, sobe um gancho de ouro e encontra um alquimista, que irá guiá-lo junto a poderosos por uma jornada em busca da imortalidade.

Filmado na turbulenta e drogada década de 70,
The Holy Mountain é um filme surrealista e extremamente psicodélico. Uma deslumbrante sátira ao consumismo, a religião, a violência. Tão perturbado que deixaria Luís Buñuel no chinelo.


Quase nada parece ter sentido, verossimilhança é bobagem, o experimentalismo é a bola da vez e os homens são podres. Cada segundo do filme é carregado de simbolismos e críticas, implícitas ou escancaradas. Temos direito até a caricaturas de personas bíblicas. Entre sacrilégios e filosofias somos levados para um cenário peculiar onde a violência, a ganância e tudo de ruim da natureza humana se revela sem pudores. Cenas e cortes não se ligam, mas toda essa loucura é uma delícia de ver. Amantes de cinema não deveriam morrer sem assistir a cena em que "europeus invadem o império asteca". É um orgasmo. Nudez, sexo, sangue e pássaros, confiram.

Apesar de todo o absurdo, é possível compreender bem a premissa e até tirar algumas interpretações que, claro, dependem muito do emocional de cada espectador. Deve ser como usar LSD. Adorei a viagem.
#ficaadica
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