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domingo, 28 de julho de 2013

Mais estranho que a ficção (Stranger than Fiction) - 2006; ousado e divertido

Mais estranho que a ficção (Stranger than Fiction), lançado em 2006.
Um filme de Marc Forster.
Com ares de drama e de romance, esta comédia surpreende pela ousadia do roteiro, que se valendo da ficção e da metalinguagem aborda de modo interessante o processo criador de um artista; uma pequena homenagem à arte. Provavelmente você se lembrará do brilhante Adaptação

Harold Crick vive sua vida numa rotina milimétrica, onde os passos e os segundos são contados. Ele trabalha com números na Receita Federal, e precisa fazer auditorias em casos de sonegadores. Mas estranhamente ele passa a ouvir na sua cabeça uma voz que parece narrar sua vida, o que o perturba. Logo descobrimos que realmente a vida dele está sendo escrita num livro de uma autora, que nem sequer imagina que seu personagem é real. Naquele dia ele procura uma padeira que propositalmente não pagou todo o imposto, Ana Pascal; uma mulher de personalidade forte que mexe com ele. Quando a voz diz que ele vai morrer ele procura um psiquiatra e um estudioso de literatura, tentando descobrir quem é o autor vivo que poderia estar a escrever sua história, para implorar que não o mate.

O roteiro é de um estreante chamado Zach Helm, que deu originalidade à trama ao usar a seu favor todos os clichés cinematográficos com os quais estamos acostumados. Um bom exemplo disso é a padeira lambendo o dedo libidinosamente. Outro acerto seu foi não tentar explicar o escandaloso absurdo no qual a trama se desenvolve, o público apenas aceita a irrealidade.
É interessante que a película não é uma comédia, mas sim um drama tão leve e descontraído - levado numa narrativa calma e equilibrada do diretor -, que nos tira vários sorrisos, embora não risadas. Também não é melodramático ou apelativo. 

Will Ferrell, conhecido pela comédia, tem aqui uma atuação contida, na pelo de um homem que, em suma, nunca viveu de verdade. O filme acaba sendo, então, uma parábola que denuncia a mediocridade que damos a nossa própria vida; que nos faz refletir sobre o porque de não realizarmos nossos sonhos e fantasias. Do outro lado Emma Thompson vive uma espirituosa escritora, que entre o sarcasmo e os maços de cigarro tenta inventar um bom modo de matar seu herói, irá passar pelo dilema moral entre cumprir seu dever e morrer de remorso ou terminar um livro comum. Há ainda Dustin Hoffman como uma criatura inteligente e irônica.

Um filme gratificante.

#ficaadica

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