Um filme de John Ford.
A maioria das pessoas torcem o nariz para filmes "velhos", ainda mais se for em preto-e-branco. Não vou recriminar ninguém por isso, embora ache um preconceito descabido.
Mas aqueles que realmente gostam de cinema, que entendem o contexto histórico do filme na época em que foi produzido ou a idéia que o diretor tenta colocar na cabeça do espectador, não liga se o filme é preto e branco, mudo ou em 3D com som surround de alta fidelidade, ele vê o filme e se gostar bem, se não gostar não fica com medo de se arriscar a assistir outra velharia sem cor.
Para esses é que fica a dica de hoje: As vinhas da ira, um dos melhores do imortal John Ford.
É daqueles filmes que embrulha o estômago e ao mesmo tempo inspira-lhe. É nojento ver o que o ser humano, por dinheiro, é capaz de fazer a seus semelhantes; é nojento ver crianças morrerem de fome em meio a plantações de frutas, é nojento ver a corrupção e a fragilidade da lei. Mas é inspirador ver uma família unida e corajosa, tentando sobreviver a tudo isso.
Tom Joad acabou de ganhar liberdade condicional, após passar quatro anos na prisão por homicídio. Quando volta para sua terra não encontra a família, e sim Casy ,um ex-pastor de igreja, que torna-se seu grande amigo, e Mulley, um andarilho que lhe conta o que aconteceu: todos foram expulsos pelos bancos e seus tratores. Tom encontra a família pouco depois, se preparando para irem para a Califórnia, onde há promessas de emprego, num caminhão velho e frágil. Tom e Casy os acompanham. E começa uma jornada dura e miserável para a família, que aos poucos vão morrendo ou abandonando-se, peregrinando por vários acampamentos em busca de emprego e comida, vendo miséria pior que a deles. Tom, aos poucos, vai criando pensamentos socialistas e precisa sempre fugir da polícia.
É muito bom, uma crítica ao capitalismo desmedido e uma espécie de súplica por reforma agrária.
#ficaadica
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