Drama Comédia Animação Suspense Romance Curta-metragem Faroeste Fantasia Ação Aventura Musical Ficção Guerra Épico Crime Terror

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Gladiador (Gladiator) - 2000; um épico falho porém gratificante

Gladiador (Gladiator), lançado em 2000.
Um filme de Ridley Scott.
Gladiador não é um drama histórico impecável por um motivo: muita imprecisão histórica em favor de um enredo mais emocionante. Cômodo não matou o pai Marco Aurélio, nem governou por poucos anos antes de ser morto numa arena de gladiadores. E não é um filme de gladiadores impecável por outro motivo: pouca violência e excesso de intriga política. Mas estamos a nos adiantar demais, vejamos primeiro a sinopse.

Estamos na Roma de 180 da era cristã, no governo de Marco Aurélio. A política imperialista de Roma resultou na conquista de um vasto império, e só falta uma batalha: contra os bárbaros da Germânia. E o comandante militar é Maximus (Russell Crowe), homem nobre que possui toda a confiança do imperador. Velho e já sentindo a aproximação de sua morte o imperador confidência a Maximus que pretende dar-lhe o trono provisoriamente, que mais tarde deveria ser entregue ao senado e Roma voltar a tornar-se uma república. Maximus relutante diz que vai pensar e antes mesmo de tomar um decisão, Marco Aurélio é morto pelo seu filho Cômodo que imediatamente assume o trono e decreta a morte de Maximus. Quase a ser executado ele consegue fugir, mas não chega em sua casa a tempo de evitar que o filho e a esposa sejam assassinados. Fraco ele desmaia e quando recupera a consciência se vê escravizado, para servir de gladiador. Então ele faz de tudo para ser sempre o campeão e eventualmente reencontrar Cômodo e matá-lo como vingança.
 
Gladiador oferece diversão, com as poucas lutas que possui já é capaz de tirar o filme da lama (que é muita, literalmente); mas boa parte de sua longa duração é muito mais focada nas caretas de ódio e amargura de todos os personagens, intriga política e diálogos pouco críveis. É notável a recriação da época, com figurinos, se não de todo verossímeis, ao menos bonitos e interessantes. E boa parte dos cenários também são bastante críveis. Mas o Coliseu, recriado em computador, não é muito interessante. Parece mais um video-game, com uma imagem embaçada que nem se quer permite visualizar a multidão que assiste aos jogos nas arquibancadas. E não, não engulo a notícia de que Crowe venceu o Oscar com esse trabalho. Embora seja o herói, é difícil criar grande simpatia por ele, é antipático demais o seu personagem. Tom Hanks com Náufrago ou Javier Bardem com Antes do anoitecer seriam melhores escolhas.


#ficaadica

6 comentários:

  1. A maioria dos filmes épicos não são fieis á história, hollywood quase sempre tem como meta, uma estória fantasiosa dentro de um cenário histórico , que objetiva sempre atingir grande sucesso perante o público e na maioria das vezes essa fórmula funciona.
    Quanto ao filme, os diálogos são pobres e apelativos, mas possui grande dose dramática que segura a trama.
    O filme gladiador inaugurou o cinema épico "moderno", depois de um hiato de quase 40 anos sem esse gênero.
    Para mim as cenas de ação fazem o diferencial do filme. Senão vejamos:
    Quando os escravos são comprados e se tornam gladiadores lutando naquelas arenas mambembes, as cenas são bem violentas, braços e cabeças decepadas, corpos ensanguentados etc. O auge de tudo isso se dá no coliseo com trilha sonora espetacular ( a maioria das pessoas não observam a trilha sonora)e cenas de tirar o fôlego.Portanto as cenas foram violentas, acontece que temos o grande defeito de compararmos épocas . Quando assisti em 2000, achei violento, pois tinha em mente ainda os épicos dos anos 50/60, com cenas de lutas que hoje mais parece brincadeiras de criança.Talvez voce tenha em mente cenas como: os 300 e a tal série spartacus 2010, mais recentes e portanto mais violentas.
    Não acho que o filme tenha tanta intriga política, possui mais intriga familiar e pessoal dos personagens, tanto é que excetuando-se o momento em que o imperador commodus chega á Roma e tem aquele pequeno encontro com os senadores, no restante o palácio se resume á commodus, sua irmã lucila e seu sobrinho lucius. Hora sabemos que nos palácios da roma antiga, haviam escravos, amas, escribas, guardas etc. O commodus do ridley scott e não o da roma antiga, não fucionaria muito bem com todos esses personagens á sua volta.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. 300 não é um bom filme e essa série Spartacus ainda não assisti. Realmente acho que um filme de gladiadores mereciam mais violência, sem precisar comparar com outras obras para chegar a esta conclusão. Ridley Scott se valeu de tanto drama político e familiar, no meu ponto de vista, já com a pretensão de ganhar prêmios, e não fazer um verdadeira obra de arte ou agradar de todo o público (embora parte da culpa seja dos roteiristas). Quanto à receita de Holiwood, é verdade. Ela costuma dar certo, mas não acho que retratando a "verdade" o enredo ficasse mais desinteressante.
      E a trilha sonora, sempre reparo nelas. E na maioria das vezes não gosto, milhares de cenas ao longo da história do cinema teriam ficado melhores se não tivessem música acompanhando (talvez o maior exemplo disso sejam aqueles melodramas pretensiosos, que nas cenas mais tristes apelam para trilhas melancólicas...). Mas tudo isto é meu ponto vista, pobre de mim, passo o tempo a falar de filmes que gosto sem ter preparo para isso, nada de que escrevo é absoluto ou uma "verdade puríssima", como dizia Saramago.
      O bom do cinema é gerar debate, e mesmo que nós dois discordemos, respeito sua opinião e agradeço não só a visita quanto a interação. Sinta-se a vontade sempre para visitar o blog e expor sua opinião, gerar debates.

      Abraços.

      Excluir
    2. Os debates são importantes e agradeço pela consideração.
      Mas voltando ao filme, pergunto:
      Voce assisistiu alguma vez filme de gladiadores e assim, usa-los como referencia para comentar o gladiador do ridley scott? É lógico que voce vai me dizer que não precisaria ter assistido outros filmes do gênero para chegar a essa conclusão.Mas precisaria sim. Tudo no cinema funciona dessa maneira, filmes por exemplo de ação que nos anos 80 pareciam violentos, hoje jão não os são. Digo isso porque filmes de gladiadores feito antes desse, como por exemplo demétrius e os gladiadores com o ator Victor Mature, hoje se parece mais como disse no comentário anterior, brincadeiras de crianças, então tudo depende da época em que vivemos, tranportamos isso para o cinema. O ser humano sempre quer mais, nunca ficará satisfeito, é uma busca constante.
      Quando eu era garoto, não tinha uma televisão. Aí meu pai comprou uma tv, ficamos todos contentes. Algum tempo depois essa tv jão não servia mais, veio a tv á cores, depois a tv de maiores polegadas, logo em seguida a tv tela plana, agora tem a 3d e assim por diante, é um processo de busca pela satisfação.

      Tambem acho que em muitos filmes a trilha sonora não seja importante.Um exemplo disso é essa enxurrada de filmes de ação e aventuras do cinema atual, com trilhas sonoras padronizadas e sem imaginação,são de uma cafonice á toda prova, parece que são as mesmas em todos os filmes.
      No caso de gladiador a trilha sonora ao meu ver foi fundamental para as cenas de ação.Um exemplo, é quando a equipe de máximus derrota a equipe do imperador no coliseo é ovacionado pela multidão com a tilha sonora acompanhabdo a saída da equipe até o subsolo é fantástico.
      Quando voce diz que houve pouca cenas de ação, discordo tammbem, acredito que elas foram suficientes para o filme.Tem que se ter cuidado com filmes desse tipo, pois se o diretor exagerar na quantidade de ação e no caso em especifico lutas de gladiadores, depois de um certo tempo o telespectador ficará cansado e desinteressado com esse tipo de cena.




      Excluir
    3. Nada a respeito de um filme, torno a repetir, é absoluto. Mas embora isso possa parecer um devaneio contraditório, não é totalmente relativo. Deixe-me explicar. Ainda que eu jamais tivesse visto um épico como o é Gladiador, ou mesmo que você também não tivesse visto, ambos seríamos capazes de dizer se conseguimos acreditar que na época as coisas - e sobretudo a premissa, que teoricamente se foca num guerreiro - eram mesmo daquela forma. Se gostamos ou não do filme também. Preste bem a atenção, nós que NÃO SOMOS HISTORIADORES e não passamos de pobres expectadores, a juntar as moedinhas para entrar na sala de cinema. Claro que tudo tem suas limitações, a mais fácil de ser citada é que os romanos não falavam inglês. Sabemos todos que fosse o filme gravado em latim ficaria mais verossímil mas ninguém compreenderia, ainda que se enchesse a tela de legendas traduzidas. Reconstruir o mundo como era em 2012 é impossível, quem dirá dezoito séculos antes.
      Mas pelo simples fato de vivermos (ainda mais em tempos difíceis como estes de agora) acabamos sendo capazes de julgar o que nos parece violento ou não, o que parece verdadeira violência e o que não passa de "brincadeira de criança". Neste caso tomamos como referência não outros filmes, mas a própria vida.
      Quando digo que Gladiador deveria ser mais violento, não tenho em mente que deveríamos ver na tela uma emaranhado de intestinos caindo de um ventre rasgado, como estes horrores de mal gosto. A questão é que um filme de lutadores de cansativas quase três horas, fica quase todo o tempo a se focar na vida e ações de políticos: imperador, senado, a irmã delatora, o próprio Maximus, apesar de afirmar que quer só vingança, não passa de uma imagem política. E assim o filme se arrasta. Com cenas que muitas vezes dão vontade de dormir. Claro que três horas de "briga" não daria certo jamais, mas o tempo em que elas não estão presentes no script, temos apenas uma série de cenas com diálogos desinteressantes, que mal conseguem colocar o expectador a par de tudo que está acontecendo no contexto, silêncios desnecessários (algumas das melhores cenas do cinema que conheço não tem um som sequer, mas nenhuma delas é dos momentos silenciosos de Gladiador, e isso é um exemplo, não estou comparando obras) e personagens amargurados (não que não tenham seus motivos de melancolia). A intriga política (que se entremeia nas relações familiares, é indispensável ao filme, sem dúvida. Sem ela pareceria mais aqueles filmes de ação que mesmo nos esforçando, não conseguimos compreender o porquê de estar tanta gente a brigar. Mas no meu ponto de vista ela foi exagerada. O roteiro de Gladiador poderia caber em 1h e 40min, talvez um pouco mais. O público agradeceria. Mas tivesse isso sido feito garanto que o filme não estaria na lista dos vencedores do Oscar, premiação que respeito e admiro mas sei de sua limitação em inovar nos ganhadores, surpresa agradável foi O Artista ter ganho um estatueta, não tanto pela sua qualidade mas por ter a Academia inovado. Por isso eu insisto em dizer que havia uma pretenção no diretor para tanto drama sem motivo.
      A trilha sonora de Gladiador tem sim seus méritos, mas, por gosto pessoal mesmo, prefiro ver uma luta ouvindo apenas os gritos da platéia e o som das espadas apenas. Na citada cena, quando Maximus acaba de ter uma vitória, a trilha não tem nenhum outro objetivo senão o de afirmar sua superioridade, endeusa-lo ainda mais. Mas será que ele merecia isso? Na minha visão Maximus não é um herói, ainda que seja visto como um mártir ele não é nenhum Francisco de Assis. É um ser humano cheio de ódio. Todos nós ficaríamos cheios de ódio no lugar dele, todos juraríamos vingança; mas faríamos isso por nós mesmos. Maximus estava se lixando para o futuro de Roma.

      Excluir
  2. Praticamente todos os filmes caberiam em 1h e 40 min, mas dificilmente um filme com essa duração ganharia ou seria premiado com o oscar.
    Um exemplo é o arrastado titanic, que inventaram um romance, que pode ou não ter acontecido naquela viagem, para dar assunto ao famoso naufrágio.
    O fato de máximus ser um herói ou apenas um simples homem querendo vingança, não tem nada a haver com a trilha sonora da luta dele e seus companheiros e que como voce disse veio a confirmar sua vitória, isso não significa que ela não deveria ser tocada, a trilha deixou o final da luta com final perfeito.
    Como diz no ditado popular juntou o útil e o agradável.
    Em Ben Hur, na famosa corrida de quadrigas o diretor William Wyler não colocou trilha sonora na cena de ação e o filme tambem ficou perfeito.
    Apenas quando ben hur é coroado vencedor que faz se ouvir o toque das trombetas.
    Mas veja que, o que serve para um filme, não serve para o outro.

    Tambem não sou historiador e não quero criar polêmica em cima desses detalhes,o importante é ouvir ou ler as outras opiniões e comentários, pois muitas vezes detalhes que são muitas vezes ignorados ou desapercebido por nós é observado pelos outros e vice versa.

    Obrigado e um abraço.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Imagine, eu que agradeço a participação, como autor do blog acho maravilhoso que os leitores participem e gosto de dar o feedback. Sinta-se a vontade para gerar novos debates.

      Abraços,
      o autor.

      Excluir