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sábado, 21 de novembro de 2015

Jack e a Mecânica do Coração (Jack et la mécanique du coeur) - 2013; amor míope

Jack e a Mecânica do Coração (Jack et la mécanique du coeur), lançado em 2013.
Um filme de Stéphane Berla e Mathias Malzieu.
Animação franco-belga pouco conhecida, Jack e a mecânica do coração conta a história de vida de um rapaz impedido de amar devido a um frágil mecanismo que possui no lugar do coração. Ambientado na França do final do século XIX, traz como um dos personagens o cineasta Georges Méliès.
Uma mulher dá à luz a um menino no dia mais frio do ano. Devido a isso o coração do bebê se congela. Para mantê-lo vivo uma médica/inventora cria um coração artificial a partir de um relógio. A mãe biológica parte e deixa o filho aos cuidados da médica. Ele cresce, mas ao longo da vida não pode tocar no mecanismo, ter emoções extremas de raiva e jamais se apaixonar. Mas uma cantora míope vai abalar sua vida.


O filme é baseado no livro "A mecânica do coração" de Mathias Malzieu, publicado em 2007. Malzieu é o vocalista de uma banda francesa de rock. Ele escreveu o livro e depois ajudou na criação do filme, incluindo ser o dublador do protagonista. A trilha sonora ficou toda a cargo da banda. A animação é um musical. Ponto negativo. As canções são um porre e sempre interrompem a história.

História que não é lá essas coisas. Tem sua sensibilidade, sua poesia, sua delicadeza em abordar a paixão e os inocentes amores jovens. No entanto é cheio de clichês e excessos. A figura de Méliès é totalmente desnecessária, tem apenas a pretensão de despertar simpatias nos cinéfilos. Jack, o estripador, aparece numa pontinha, quase a matar seu xará. Desnecessário e apelativo. O antagonista, Joe, é estereotipado e mal pensado, quase não tem motivo algum para não gostar de Jack. Consequentemente quase não temos motivos para não gostar de Joe.
A parte visual é à lá Tim Burton. O surrealismo, a bizarrice, os traços. É o maior ponto positivo da obra, algumas cenas são lindíssimas e a iluminação (quando não propositalmente obscura) é muito agradável.
Não é um filme de todo ruim, inclusive talvez valha a pena aos fãs desse estilo de animação. Mas que o cinema francês tem exemplares muito melhores, tem. Fico aqui no meu canto a lembrar de As bicicletas de Belleville.