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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Bela e a Fera (Beauty and the Beast) - 1991; o renascimento da Disney

A Bela e a Fera (Beauty and the Beast), lançado em 1991.
Um filme de Gary Trousdale e Kirk Wise.
Depois de Mogli - O Menino Lobo (post em breve) de 1967 e Robin Hood de 1973, ambos do período da morte de Walt Disney, os estúdios Disney passaram por um período de quase duas décadas sem produzir algo que fosse um grande sucesso de crítica e público. O sucesso só retornou em 89 com a Pequena Sereia. Mas foi A Bela e a Fera que iniciou os dourados anos 90 da Disney, que foi de mega sucessos como Alladin, O Rei Leão,  Pocahontas, Tarzan, entre outros.

Em forma de musical o filme reconta o conto de fadas da princesa que se apaixona por um príncipe transformado em uma besta, sendo que aqui Bela é cortejada por um caçador machista e narcisista e os moradores do castelo da Fera também foram encantados, sendo transformados em objetos animados.

Este que é um dos maiores sucessos da Disney se tornou logo um recordista de bilheteria, foi indicado ao Oscar de melhor filme (na categoria principal, feito inédito) enquanto a trilha sonora e a canção tema homônima, interpretada por Peabo Bryson e Celine Dion (foi esta música a responsável pelo início da internacionalização da carreira da cantora) levaram o Oscar e o Globo de Ouro, além de alguns Grammy. Hoje é considerado um dos melhores musicais da história do cinema.
Apesar de tanto sucesso, confesso que fiquei frustrado com a trilha sonora. Tirando "Beauty and the Beast" todas as outras músicas são muito chatinhas. Felizmente não são muitas as canções entoadas ao longo do filme. Nem todas as falas são músicas.

O que realmente é bom em A Bela e a Fera é a belíssima fotografia. São traços interessantíssimos os dos desenhos de cores vibrantes. Cenários e personagens são de uma riqueza de detalhes impressionante. E várias vezes ótimos travelings melhoram isso ainda mais, como na linda cena em que Bela e a Fera dançam juntos pela primeira vez, num amplo e lindo salão. A câmera gira em torno do casal, depois olha para cima, dá um close nos afrescos do teto e, então, lentamente vem descendo de volta num movimento circular, se aproximando do casal até olha-lo em contra-plongée. É de tirar o fôlego.

O modo como a trama é conduzida, com leveza e naturalidade, sem muita pressa nem lentidão, também é um mérito da produção. Sem falar nos traços de originalidade: aqui a heroína é quem salva o príncipe; além de querer independência e não se contentar com o papel doméstico que querem lhe impor. Um tanto feminista, não?
A moral da história, apesar de velha, é ainda hoje válida e atual: as aparências enganam e deve-se valorizar as pessoas pelo caráter. É o embate entre Gastão e a Fera.

Quem é de minha geração ou mais novo cresceu vendo filmes da Pixar, animações digitais um tanto inteligentes e maduros. Visitar um conto de fadas em animação tradicional pode parecer um retrocesso. Mas garanto que Beauty and the Beast tem muito a oferecer.

terça-feira, 23 de setembro de 2014

New York, New York (idem) - 1977; o musical de Scorsese

New York, New York (New York, New York), lançado em 1977.
Um filme de Martin Scorsese.
Liza Minnelli é mais conhecida por seu trabalho no musical Cabaret, de Bob Fosse, que lhe rendeu um Oscar e eternizou sua imagem. Não é exagero dizer, porém, que seu segundo mais conhecido trabalho é outro musical, New York, New York, de ninguém menos que Martin Scorsese (quem diria que ele assinava um musical, não é?), onde atua ao lado de Robert De Niro - velho amigo de Scorsese e seu ator favorito (ele atuou em 8 filmes do cineasta).

Nas comemorações pelo final da II Guerra, em Nova York, Francine Evans (Minnelli) e Jimmy Doyle (De Niro) se conhecem numa danceteria. Ele é um saxofonista pilantra, ela uma cantora. Ambos estão no início de suas carreiras. Eles iniciam um romance e começam a trabalhar juntos. Suas personalidades distintas, entretanto, fazem com que o relacionamento seja de tensão de faíscas.

New York, New York é um dos filmes mais desvalorizados da carreira de Scorsese. Mas, curiosamente, foi filmado no intervalo dos seus dois filmes mais vangloriados: Taxi Driver e Touro Indomável (ambos protagonizados por De Niro). Onde terá errado um dos maiores cineastas da história ao fazer uma homenagem à sua cidade natal? A maioria aponta a trama confusa e cheia de distrações, somada ao final pouco crível. Mesmo assim ele agrada pelas atuações enérgicas de De Niro e Minnelli e pelas canções excelentes, entre elas a imortal "Theme from New York, New York", que Sinatra regravou e se tornou um dos maiores hinos da principal metrópole do planeta.

Jimmy tem um temperamento explosivo, é machista, possessivo e egocêntrico. Francine, um poço de doçura e paciência. Eles se amam e amam a música, mas não basta. Destroem um ao outro, só separados podem viver bem. Minnelli e De Niro estão ótimos. Ambos tem aparições melhores em outros filmes, mas não fazem feio e entre eles rola uma incrível compatibilidade. As apresentações de Minnelli (que também é cantora) são cheias de energia e classe. De Niro por sua vez aprendeu sax para tornar sua atuação mais realista. No mais, ele sempre se deu bem com os papéis em que é impulsivo e irritado. Quando contracenam juntos eles se entendem, se completam.

Talvez pelo gênero diferente do convencional este filme não tem tanto a cara do diretor como seus outros. A violência e a desonestidade elegantes não está aqui, já que não é um filme sobre gangsters. Mas o inconfundível estilo estético de Scorsese está sim presente: muitos travelings, zooms, panorâmicas, planos próximos, plonglées e subjetivas. E a ótima trilha de John Kander e Fred Ebb.
De fato não é o melhor dos musicais nem o melhor dos filmes de Scorsese. Mas é sim um tanto acima da média.

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Adeus (Goodbye Solo) - 2008; humano e duro

Adeus (Goodbye Solo), lançado em 2008.
Um filme de Ramin Bahrani.
Bahrani tem uma força muito grande para o neorrealismo. Vendo sua obra é difícil ficar indiferente. Ele comove sem nenhuma apelação, sem melodrama. Seus filmes são crônicas. Retratos da realidade. Simplicidade e crueza são bons adjetivos para o cineasta. Em Chop Shop ele já mostrara ao que veio. Em Adeus ele dá a confirmação.

Solo (Souléymane Sy Savané) é um imigrante senegalês que trabalha como taxista em Winston-Salem, Carolina do Norte. Sua companheira, filha de imigrantes mexicanos, está grávida e já tem uma filha de outro relacionamento. Seu sonho é de se tornar comissário de bordo de aviões. Numa noite em que fazia uma viagem em seu táxi, um velho chamado William (Red West) lhe pagou adiantado por uma viagem que seria feita dias depois, até uma reserva ambiental com um enorme precipício. Ele percebe que o homem quer ir até lá para cometer suicídio. Nos dias seguintes Solo arruma meios de se aproximar do homem, descobrir o que pode ter o levado para tão profunda depressão e tentar mostrar que há alegria na vida.

Apesar do resumo sugerir um filme meloso e adolescente, não é essa a realidade. Não há finais felizes nem ceninhas pretensiosas ou cínicas. Tudo é cru e real.
Que leva uma pessoa a tirar sua própria vida? Adeus não tenta dar uma resposta pronta e fácil para essa questão, mas aceita o desafio de nos indicar caminhos ou ao menos nos fazer pensar na pergunta.
Red West traz no rosto as marcas do tempo. E as empresta para William, de quem sabemos pouco, apenas que não está feliz, que é muito solitário e que no seu tempo foi um daqueles motociclistas estereotipados. Porque ele é tão sozinho? Porque não se aproxima de seus familiares ainda vivos? Você não saberá, mas levantará hipóteses. No mais, vai compartilhar da dor deste homem.

Solo é a antítese de William. Ainda jovem, é alegre e não lhe falta amor. Embora também tenha seus problemas, sua sede é de vida, não de morte. Seu caráter é benévolo e generoso demais para ficar indiferente à situação e deixar que William se mate assim. Mas que pode ele fazer? Há algo que poderia mudar a decisão de William? Embora não seja senegalês, Savané é mesmo um ator africano (nasceu na Costa do Marfim). Foi sua estreia como ator; e foi ovacionado em festivais ao redor do mundo pelo trabalho. West e Savané se entendem. Tão bem que acreditamos nos desentendimentos entre os personagens que interpretam. Entre eles há uma amizade que foi limitada para que não crescesse mais, já que um tem data marcada para morrer. Em determinada cena, tudo é dito num olhar entre os dois.
Há algo de autobiográfico em seus trabalhos. Savané foi mesmo comissário de bordo. West foi amigo e uma espécie de guarda-costas de Elvis Presley, teve mesmo uma juventude agitada. E Bahrani, o diretor, além de ser filho de imigrantes iranianos, nasceu em Winston-Salem.
A câmera que espia furtiva à distância e as cenas silenciosas de Chop Shop estão aqui. Os closes também.


Adeus é poderoso. É muito humano. É amargo. É inesquecível.

sábado, 13 de setembro de 2014

Sideways - Entre Umas e Outras (Sideways) - 2004; nunca se bebeu tanto vinho no cinema

Sideways - Entre umas e outras (Sideways), lançado em 2004.
Um filme de Alexander Payne.
Alexander Payne parece mesmo ter um certo talento para os dramas adocicados. Aqui no blog já falamos de Nebraska e Os descendentes, filmes que exploram os personagens e seus problemas não tão amargos com um olhar mais bem humorado. São filmes balanceados, entre o drama e a comédia. Em Sideways a proeza se repete. 
Uma dupla de amigos de meia idade, um divorciado e outro que está prestes a se casar, saem em uma viagem de despedida de solteiro pela região vinícola do oeste dos EUA. O divorciado é enófilo (amante de vinhos), mas amargurado com sua vida. Mesmo após dois anos não se recuperou da separação e peregrina de editora em editora tentando publicar um livro seu. O outro é um ator de certo sucesso que gosta de curtir a vida. Durante a viagem eles conhecem duas mulheres que mexem com eles.

Payne tem carinho por seus personagens. A dupla de ex-colegas, metida numa crise de meia idade onde um não sabe o que fazer da vida depois de terminar o casamento e o outro não sabe o que será feito da sua quando se casar, ganha humanidade nas mãos do diretor e roteirista e na pele de um Paul Giamatti e Thomas Haden Church ótimos.
Miles é sozinho, amargurado, um tanto careta e que já não sabe seduzir. Jack é galanteador, brincalhão e um tanto inconsequente. Um parece querer morrer logo; o outro viver uma vida inteira em sua última semana de solteiro. Não são os homens mais comuns que existem, mas não deixam de serem personagens verossímeis e empáticos.
A eles se juntam duas mulheres de mesma idade, que também já tiveram relacionamentos anteriores. Essas mulheres são um pouco diferentes entre si, mas parecidas com um dos homens. Stephanie (Sandra Oh) não está longe de uma versão feminina de Jack, é impulsiva, intensa, livre, sedutora, alegre. Já Maya (Virginia Madsen) é mais delicada, tímida, melancólica (embora não depressiva como Miles) e divide com Miles um amor por vinhos. Bebida que é importante na trama, que rende lindas fotografias de parreiras e adegas, que une pessoas, afoga mágoas, diverte e excita. Duvido que haja outro filme onde se bebeu tanto vinho. Duvido ainda mais que o vinho, falando de cinema, tenha tido maior homenagem. Uma cena linda é um diálogo onde Maya e Miles conversam sobre porque gostam de vinhos, há paixão e poesia nessas falas. Você pode não entender nada de vinhos, talvez nem gostar (o que é difícil), mas vai ver a bebida com mais carinho depois deste longa.

E contrário ao que costuma se ver em comédias dramáticas, aqui as passagens mais engraçadas provocam mais que sorrisos. São risadas francas. E não são lugares-comuns de road movies. Há até uma alfinetada naquele monstro, naquele homem horroroso, naquele George W. Bush.

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Entre nós - 2014; o tempo passa e os laços afetivos se afrouxam

Entre nós (Entre nós), lançado em 2014.
Um filme de Paulo Morelli e Pedro Morelli.
Apesar de o título parecer de algum desses filmes sobre espiritismo que nos últimos tempos tem surgido no país, Entre nós é um drama sobre a passagem do tempo, cuja força maior vem da intimidade de seu elenco. 

Estamos em 1992 e sete amigos de classe média alta, todos na faixa dos vinte anos e com pretensões literárias, se reúnem num sítio na Serra da Mantiqueira para comemorar. Eles acabam escrevendo cartas destinadas a eles mesmos para serem enterradas e só desenterradas uma década depois. Um deles morre num acidente no mesmo dia. O novo encontro, em 2002, é carregado de segredos e conflitos.

Dirigido por pai e filho, Entre nós tem algo de diferente de outras produções nacionais. Não só por ser um legítimo drama (embora com uma pitadinha de suspense) em meio a um mar de comédias e filmes de ação, mas também por sua temática intimista e estética que mais se aproxima do cinema europeu.
O filme dos Morelli é o retrato de uma geração. Ambientado num tempo de esperanças que foram em vão, entre a redemocratização do país pós ditadura de 64 e o final do governo FHC, o filme mostra os efeitos da passagem do tempo na vida humana, que vai além muito da mudança física. É um conto de amadurecimento.

E também de endurecimento: os jovens sonhadores e liberais, diante das desilusões, dos sonhos não realizados, das culpas e remorsos se tornam consumidores de antidepressivos, entram em crises conjugais, se tornam mais moralistas, antipáticos e irritadiços. A perda de contato por anos dilui a intimidade que tinham e mal se olham dez anos depois. A leitura das cartas traz à tona os sonhos mortos, as declarações de amores que já não existem ou que nunca foram correspondidos e segredos de maior gravidade com potencial para diluir o que resta de amizade. Todo esse poder, esse desenvolvimento lindo dos personagens, é baseado no elenco afiado. Se os atores não convencem assim tão bem na alegre primeira parte do filme, em 92, eles brilham em 2002 quando o clima é de tensão. Muitos deles são Globais, o que é desestimulante. Mas apesar das atuações cínicas que geralmente exibem na TV, aqui o trabalho é diferente.
Carolina Dieckmann pôde provar que não é só um rostinho lindo. Caio Blat, que sempre achei um porre, me deu uma grata surpresa como o único bem sucedido da turma, mas que também é o que carrega maior fardo. E até Paulo Vilhena, que nunca me pareceu dos mais promissores, faz um trabalho legal. Martha Nowill também fez um belo trabalho, não acho que era caso de ganhar prêmios como foi no Festival do Rio, mas ela cativou. Maria Ribeiro foi quem mais me agradou.
Foi importante a escalação sábia de Morelli filho, que quis atores que já fossem amigos entre si, pediu ajuda a eles para finalizar o roteiro e insistiu que usassem um pouco de improvisação.

A maior proximidade com o cinema europeu vem da fotografia cinzenta e sóbria e do cenário serrano. O clima bucólico e calmo do cenário contrasta com a inquietação dos personagens. A fotografia é assinada por
Gustavo Hadba, que surpreende pelos constantes closes no rostos dos atores, o jogo de sombras, a iluminação fria nas cenas externas e quente e cálida nas internas, longas desfocagens, enquadramentos pouco óbvios. Numa cena em que o grupo conversa sobre a Copa de 2002 e as eleições presidenciais que elegeriam Lula, a câmera passeia pela mesa, olhando os atores um por um, descobrindo detalhes, revelando os sentimentos.  

Algo parece ter acontecido com o cinema nacional neste filme, não foi dos mais originais, nem sei se dos mais patrióticos, mas foi bom.
#ficaadica

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug) - 2013; a saga continua

O Hobbit: A Desolação de Smaug (The Hobbit: The Desolation of Smaug), lançado em 2013.
Um filme de Peter Jackson.
Toda a magia que há na trilogia O Senhor dos Anéis, de Peter Jackson, não tem sido reproduzida tão bem na trilogia The Hobbit. Ambas dirigidas pelo mesmo cineasta e baseadas nos livros de J.R.R. Tolkien, os filmes narram as aventuras num mundo imaginário chamado Terra Média, onde criaturas fantásticas convivem com seres humanos e há um eterno conflito entre as forças do bem e do mal. Apesar de ter sido lançada uma década depois, a série O Hobbit trata de eventos anteriores aos acontecimentos de The Lord of the Rings, e ajuda a compreender melhor a Guerra do Anel.
 
A jornada dos anões e Bilbo Bolseiro para recuperarem o domínio da Montanha Solitária, controlada pelo dragão Smaug, continua. Depois de o grupo ser capturado por orcs e conseguir fugir das Montanhas Sombrias (onde Bilbo encontrara Sméagol e conseguira o Um Anel), a caravana adentra a Floresta das Trevas, onde é atacada por aranhas gigantes e presa por Elfos. Eventualmente eles chegam à Montanha Solitária, onde Bilbo e os anões começam a luta contra Smaug.
 
O mundo maravilhoso criado por Tolkien ganha vida, movimento e aparência concreta nas mãos de Peter Jackson. Centenas de atores (boa parte do elenco é a mesma da série O senhor dos Anéis, inclusive Ian McKellen continua (competentemente) sendo Gandalf - na minha opinião e na da maioria das pessoas, o mais interessante dos personagens) e horas e mais horas de edição são usados para reproduzir o mundo imaginado por Tolkien. É impossível não dizer, porém, que o uso de efeitos especiais chegou a um nível tão alto que escandaliza. Da trilogia original, o melhor filme é o primeiro, A sociedade do Anel. Não à toa: ali temos uma experiência mais orgânica. Apesar de já muitos efeitos especiais digitais, um primoroso trabalho de figurino, maquiagem, cenografia e efeitos especiais "analógicos" estava por trás da produção. Em cada novo filme, isso diminuía e aumentava o uso de efeitos computacionais. Em O Hobbit (que tem a vantagem de 10 anos de inovação tecnológica) o uso desses recursos é descontrolado. Em  The Desolation of Smaug os problemas de An Unexpected Journey continuam: muita firula visual em detrimento dos personagens. 
 
Não raro os imponentes cenários ganham mais importância que os personagens. Os movimentos de câmera continuam parecendo os de jogos eletrônicos. Falando nisso, em alguns casos o uso de efeitos visuais é tão intenso (caso dos orcs, por exemplo) que os elementos ficam muito mais parecidos com elementos de videogames que de um filme. Reparem que os orcs parecem animação (em O senhor dos Anéis isso não acontecia, já que quase tudo era maquiagem). E olhe que nem vi o filme em 3D, onde o efeito deve ser ainda pior. Claro que um filme como esse não existiria sem computação. Como se teria um dragão tão incrível e realista ou cenários como os que tem? Mas estes efeitos deveriam ser usados o mínimo possível, para não eliminarem a magia e a inventividade que o cinema tem.

Também continua o acréscimo de cenas e fatos não presentes no livro para estender a pouca história em três filmes (tendo assim, três vezes mais lucro).  Apesar disso este filme é melhor que o primeiro: bem mais dinâmico e rápido. E apesar de seus defeitos como cineasta, Peter Jackson continua ótimo em levar seu público para outro universo.