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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Elizabeth (idem) - 1998; a rainha protestante "virgem"

Elizabeth (Elizabeth), lançado em 1998.
Um filme de Shekhar Kapur.
Este é o antecessor de Elizabeth: A era de ouro, ambos dirigidos pelo indiano Shekhar Kapur e estrelados por Cate Blanchett. Este aqui foi mais aclamado e bem mais recebido que seu sucessor, e não é por menos, se em 2007 quase tivemos um desfile de moda, em 98 tivemos um verdadeiro drama histórico com algum ar de thriller retratando as dificuldades, intrigas e oposições do início do reinado de Elizabeth I.

1558 e a meia irmã católica de Elizabeth, Maria I, morre e deixa o trono a ela, mas não antes de prendê-la sob acusação de conspiração e queimar uns tantos protestantes. Os aliados de Maria temem a ascensão de uma rainha protestante, mas a coroação acaba por acontecer. Ingênua e romântica, a rainha vai sofrendo rasteiras enquanto amadurece e se torna uma estrategista firme, sabendo, finalmente, escolher seus aliados. Além das conspirações internas e traições, ela ainda sofre ameaças e atentados de soberanos estrangeiros, e é aconselhada a se casar para estabilizar a política, mas ela se recusa e prefere manter uma relação conturbada e escandalosa com seu verdadeiro amor.

Repito o que disse cinco meses atrás: as imprecisões históricas foi alguém que me disse existirem e textos que li reafirmaram; eu mesmo não notei dada minha incompetência para analisar se o que diz um filme sobre um personagem histórico é real ou ficção; fruto de minha ignorância e falta de estudos acadêmicos na abrangente área das ciências históricas. Mas a maioria delas não são de tudo absurdas, enquanto boa parte se refere apenas a discrepâncias de idades, outras são baseadas em boatos históricos ou preenchem lacunas de verdades desconhecidas.

Mas falando do filme em si, é muito bom. Cate Blanchett está sublime no papel de soberana - merecido Globo de Ouro o dela - e está cercada de outros grandes atores: Geoffrey Rush encarna muito bem um fiel e maquiavélico assessor da rainha, que fala pouco e se mantém sempre com expressão de suspense e tristeza, já Joseph Fiennes é o espirituoso e ciumento amante da majestade, porém o ator não está lá essas coisas e seu personagem é mal moldado, tanto que é casado e ninguém entende com quem e como escondeu o segredo.
Mas o que rouba a cena é a produção e a fotografia. Cenários escuros e frios, com todo um ar de conspiração se juntam a uma fotografia igualmente sombria que dá-nos um verdadeiro thriller de conspiração. Os figurinos, cabelo e maquiagem são suntuosos, mas nada tão escancarado e mascarador como A era de ouro. Grande pena foi a complexa disputa católicos x protestantes ter sido abordada de modo um tanto superficial e escancaradamente parcial.
Não é um filme perfeito, mas não deixa de ser grande e ter vários acertos.

#ficaadica

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Os Infiltrados (The Departed) - 2006; uma das mais apaixonantes obras de Scorsese

Os Infiltrados (The Departed), lançado em 2006.
Um filme de Martin Scorsese.
Dizem que a cada década Martin Scorsese produziu um grande filme, notavelmente melhor que outros grandes filmes dele do mesmo período: Taxi Driver, nos anos 70; Touro Indomável, nos anos 80; Os Bons Companheiros, nos anos 90; e Os Infiltrados é o escolhido das produções do diretor na década de 2000.
The Departed prende a atenção do público desde o começo e mantém um ar de thriller até o final, temperado com piadas e palavrões "de bom gosto", mas que não quebram a tensão do enredo.
O que o torna tão grande é o elenco de qualidade, composto por Leonardo DiCaprio, Matt Damon, Jack Nicholson e Vera Farmiga, principalmente os dois primeiros, que interpretam delatores em pontas opostas e que vivem num dilema moral e sob constante medo de serem descobertos e, consequentemente, presos ou assassinados.

Colin Sullivan (Damon) é membro da máfia irlandesa, cujo chefe é Frank Costello (Nicholson). Ele é mandado para tornar-se um espião dentro da polícia, e consegue chegar na Unidade de Investigações Especiais , que combate o crime organizado. Ironicamente Billy Costigan (DiCaprio) é um policial que segue ordens para se infiltrar na máfia, para isso vai preso por um crime falso e conquista a confiança de Costello. E então temos dois infiltrados, um na polícia, um no crime. Mas não demora para que as trocas de informações causem a suspeita da existência dos delatores em ambos os casos, e então os dois homens armam uma corrida para descobrir quem é o infiltrado antes que eles próprios sejam pegos. Mas isso rende sangue e perseguições. Para completar, a psiquiatra Madolyn (Farmiga) está no meio de um triângulo amoroso envolvendo os dois "ratos".

Scorsese transforma este filme (que é uma regravação de um filme honconguês) num drama-thriller psicológico, baseado nos dilemas morais, crise de identidade e tensão dos personagens. Eles não são quem aparentam ser, mas detestam fingir. Isso é nítido com a dependência de calmantes de Costigam, que é "um herói" no inferno violento da máfia; e nas feições de Sullivan, o bandido metido no "céu".
O trio DiCaprio, Damon e Nicholson são verdadeiras pérolas. Conseguiram encarnar muito bem seus papéis, em cada olhar, gesto, tom de voz; ocasional levíssima gagueira de Damon, e humor negro e o sorriso sarcástico de Nicholson. Os diálogos são muito espirituosos.
É também notável as relações quase paternas dos homens com seus infiltrados: Coslello é quase um pai para Sullivan e Queenan (Martin Sheen) também representa uma figura paterna para Costigam.

Carregado de cenas impressionantes, minhas prediletas foram a do elevador, no finalzinho do filme, e também a sequência de fuga e o despencamento do corpo da cobertura do prédio. Sem dúvida um dos mais imperdíveis trabalhos de um dos maiores realizadores vivos.

#ficaadica

sábado, 23 de fevereiro de 2013

O Poderoso Chefão: Parte III (The Godfather: Part III) - 1990; a expiação de Michael Corleone

O Poderoso Chefão: Parte III (The Godfather: Part III), lançado em 1990.
Um filme de Francis Ford Coppola.
Finalmente a saga dos Corleone acaba, este é o útimo da série O Poderoso Chefão. Da trilogia é este o mais fraco, mas ainda sim é um filme gratificante, que agora narra acontecimentos do fim da vida de Michael e mistura fatos reais com ficção.

No fim da década de 70 e início da de 80 Michael Corleone já sente o peso da idade e sempre se recorda de seus erros com grande remorso. Seu advogado e irmão adotivo Tom Hagen morreu e agora o filho é que se tornou o advogado da família. Já a 20 anos divorciado de Kay, ele agora enfrenta problemas com o filho, que além de saber que o tio foi assassinado a mando do pai ainda quer desistir da faculdade e tornar-se cantor lírico. Já a filha, que administra uma fundação de caridade fundada por Michael tem uma relação mais carinhosa e amena com o pai.
Pelas ações da instituição, Michael recebe honras do Vaticano, e nas solenidades é que aparece Vincent, filho bastardo de Sonny Corleone, que quer se aliar a Michael contra Joey Zasa, um parceiro da família que administra negócios em Nova York, mas Michael se recusa a fazer qualquer coisa contra Zasa. Naquela noite Vincent é atacado em sua casa, mas consegue evitar que seja morto e consegue descobrir que o mandante foi Zasa. 
Enquanto isso Don Michael faz um grande negócio com o Banco do Vaticano, para comprar ações de uma imobiliária bilionária, e assim "legalizar" seus negócios, tanto que ele reúne a Máfia e rompe com ela. Mas com isso ele descobre novos inimigos e se vê como vítima de uma tentativa de golpe e de problemas de saúde.

O enredo do filme traz a família Corleone nos círculos internos de corrupção no Vaticano. Acontecimentos reais como a morte prematura de João Paulo I, os escândalos do Banco do Vaticano e o corpo de um banqueiro do Vaticano encontrado pendurado em uma ponte de Londres estão entrelaçados com a história ficcional. E toda a trama acaba levando-nos à idéia de que Michael, acima de tudo, procura por expiação. Ele está carregado de culpa, sobretudo pelas mãos sujas com o sangue de Fredo.
Sua saúde já não é a mesma e agora ele reconhece seu amor por Kay e os erros que impediram que continuassem juntos. E algumas das melhores cenas são exatamente as de Al Pacino e Diane Keaton.
Agora também vemos Michael tentar se aproximar dos filhos, além de eventualmente aceitar a escolha profissional de Anthony, ele deixa a filha bem perto de si, mas não a envolve em crimes, mas não aceita que a filha, calma e ingênua, se arrisque numa relação com Vincent, o sobrinho de confiança porém de personalidade forte (como o pai), que tem tudo para continuar os negócios da família (o que por si só já é arriscado).

A narrativa pode parecer confusa, e exige atenção para ser acompanhada, mas garante a diversão de um legítimo Godfather, ainda que não tão bom quanto os primeiros, e ainda que não consigamos sofrer com a morte de Michael como quando sofremos com a de Vito, provando que os pecados não podem ser lavados nem o perdão comprado.
Este é a sequência de O Poderoso Chefão: Parte II.
#ficaadica

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Curtas-metragens: Três filmes indicados ao Oscar de melhor curta - animação

Já é domingo a cerimônia de entrega do Oscar, e toda a gente faz suas apostas.
Infelizmente dos nove indicados ao prêmio principal só vi Amor, logo posso apenas fazer especulações e não dizer qual é o melhor.
Mas uma das categorias eu posso dizer que vi todos os indicados e eleger meu favorito, que é a de melhor curta de animação.
Os indicados são
  • Adão e o cão (Adam and dog), de Minkyu Lee.
  • Maggie Simpson in "O mais longo dia na creche", de David Silverman, produção da Fox exibida nos cinemas junto a A era do gelo 4. 
  • Avião de papel (Paperman), de John Kahrs; produção da Disney exibida nos cinemas junto a Detona Ralph (indicado a melhor longa de animação).
  • Head over Heels, de Timothy Reckart e Fodhla Cronin O'Reilly
  • Fresh Guacamole, de Adam Pesapane (PES)
Os três últimos é que iremos assistir. Eu quis fazer um post e colocar os vídeos dos cinco, mas infelizmente apenas destes três eu consegui encontrar vídeo com qualidade decente; e se fosse para colocar com imagem ruim achei melhor não colocar, que tiver curiosidade de assistir aos outros e não se importar com baixa qualidade, basta fazer uma pesquisa no YouTube. Todos não possuem diálogos, logo nem é necessário procurar por versões dubladas ou legendadas.



Paperman é um dos favoritos para receber o prêmio, um belíssimo curta em preto-e-branco que usa técnicas convencionais e de computação gráfica.



Fresh Guacamole é o de menor duração. É engraçadinho, mas os outros quatro concorrentes, na minha opinião, são melhores. Usa complicados efeitos misturados a stop-motion.



Head over Heels é meu predileto. A depender de mim esse stop-motion leva a estatueta. Amei este curta. Uma pequena reflexão sobre a falta de diálogo e o distanciamento entre as pessoas, mesmo quando se amam. Observação: este player tem alguns segundos de publicidade estática, aguarde.

Por favor, qualquer problema no vídeo (fora do "ar"; deletado), avise-nos nos comentários.
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ATUALIZAÇÃO: O curta vencendor foi Paperman. Até que é justo, um belíssimo curta, porém ainda prefiro Head over Heels.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Guerra ao Terror (The Hurt Locker) - 2009; a tensão psicológica na guerra nessa obra-prima

Guerra ao Terror (The Hurt Locker), lançado em 2008.
Um filme de Kathryn Bigelow.
Uma obra prima.
Kathryn Bigelow foi a primeira (e até agora, única) mulher a conseguir um Oscar de melhor diretor, e não foi por pouco. Simplesmente ela se revela uma mestra do suspense e da tensão, sem se valer de clichés. Um olhar intenso sobre a Guerra do Iraque, que irá te fazer roer as unhas. Sem dúvida um dos melhores filmes da década de 00's.

"A adrenalina do combate é, muitas vezes, um vício poderoso e letal; como tal, a guerra é uma droga";

é com esta citação de um best-seller de 2002 que o filme abre, antes de restar na tela apenas "a guerra é uma droga", dando, então, um sentido conotativo à droga e que sintezirá o restante do filme enquanto o denotativo se encarrega de caraterizar o protagonista.
Estamos no Iraque, e um esquadrão anti-bombas do exército americano foi chamado para desarmar uma bomba improvisada no meio de uma via de Bagdá. O local está cercado de civis, provavelmente um deles o responsável pelo explosivo aguardando apenas uma oportunidade para matar um militar. E então o chefe da operação tomba, mesmo tendo seguido o protocolo de segurança.
Logo chega um novo especialista para substituir o que morreu, e ele é Willian James (Jeremy Renner), um militar esperiente e ousado. Com ele trabalham o sargento JT Sanborn e o especialista Owen Eldridge. Eles precisam ficar no país por mais alguns dias antes de poderem voltar para casa, mas a cada dia surge mais uma estressante missão, agravada pelos conflitos entre os membros da equipe.

Lendo a sinopse podemos vir a pensar que o filme não passa de um ação barato e apelativo, mas já nos primeiros minutos dá para ver que a realidade é outra e estamos diante de um verdadeira obra prima. O que sustenta Guerra ao Terror nem é tanto o roteiro, que é excelente, mas sim seus personagens. Três homens no limite da tensão psicológica e do estresse. O trabalho deles não admite erro, e todos eles, principalmente Willian James,  moldam seus papéis não baseados em diálogos, que não são muitos; mas sim em suas expressões, seus gestos, até mesmo sua respiração. Em segundos e sem uma única palavra, apenas olhando nos olhos, reparamos o que cada um sente: excitação, ansiedade, estresse e medo, muito medo. Mas eles não podem demonstrar o medo, precisam repreendê-lo, mostrarem-se mais fortes do que realmente são; mesmo cercados de horror e iminente perigo. Ao redor uma cidade destruída e pobre: a guerra é uma droga, uma porcaria. 
Como se não bastasse dois deles estão sempre em atrito: Sanborn, um homem eficiente mas sempre interessado em seguir o protocolo, não suporta o novato com suas irresponsabilidades: impulsivo, Will faz seu trabalho a base do improviso e de coragem, mesmo tendo uma vasta experiência e se mostrar um verdadeiro especialista, cuidadoso como um cirurgião. Na verdade Willian James gosta de sua profissão, para ele a guerra é uma droga no sentido literal: ele é dependente do perigo.

Kathryn Bigelow revela seu poder de deixar o filme tenso, com pouquíssimos efeitos especiais, devido ao baixo orçamento, uma merreca de 11 milhões (pouquíssimo, no mundo do cinema).
Cada minuto de filme tem um ar pesado e sempre a pergunta: será que eles sairão vivos deste missão. A narrativa é feita de um modo lento, e a fotografia - claramente realizada por câmeras de mão - trêmula só aumenta o desconforto no espectador. Se não bastasse estamos no deserto, numa paisagem feia e sem vida. Sem dúvida uma das melhores cenas é aquela em que ficam cercados por franco-atiradores: nenhum som que não a respiração dos homens, cansados e com sede, concentrados na mira de seus rifles. A mosca irritando-os, na minha visão, é o melhor figurante de toda a película (ao ver o filme vai entender o que estou falando). Outras cenas merecem destaque: os homens caminhando no escuro; por rápidos segundos só temos escuridão e silêncio, uma das cenas mais tensas e desconfortáveis que já vi. Paralelo a isso temos a cena no chuveiro e o choro de James diante do corpo-bomba: é nessa hora que vemos a humanidade dos homens que não se permitem sofrerem.

O que posso dizer é que essa resenha mal feita está longe de fazer justiça quanto à qualidade do filme que é impecável. Se você gosta de drama DEVE assistí-lo, nem se preocupe se não gostar de guerra, suspense ou ação, aqui o que é desenvolvido é o que interessa: as pessoas.

#ficaadica

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility) - 1995; um romance agradável

Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility), lançado em 1995.
Um filme de Ang Lee.
Ang Lee é um dos mais sensíveis diretores de sua geração, e dos mais talentosos. Me arrisco a dizer que dos grandes realizadores ainda ativos, só ele e Scorsese continuam criando obras primas, diferente, por exemplo, de Coppola, cujos filmes foram perdendo qualidade com o tempo. E em 1995 ele filma uma adaptação de Emma Thompson, que também é a atriz principal, para o romance de Jane Austen.
Confesso que embora tente ser o menos preconceituoso possível com relação a gêneros e temas, tenho minhas parcialidades. E nisso eu tenho de dizer que de um modo geral não gosto de romances (ainda mais se forem de época), talvez culpa do Y, sei lá. Mas vejo alguns, e foi o caso deste filme. Gostei, mas não tanto quanto estou certo que gostaria uma mulher, principalmente as mais tradicionalistas e românticas .

Na Grã-Bretanha do século XIX morre um rico fazendeiro. Em vida ele se casou duas vezes, mas seus bens ficam quase que exclusivamente com John, o filho homem do primeiro casamento, e a viúva e suas três filhas ficam dependendo da ajuda do rapaz. Mas sua ambiciosa esposa o induz a dar uma minúscula pensão às quatro mulheres. Elas são, então, obrigadas a irem morar numa casa que o primo da viúva ofereceu a uma aluguel baixo, deixando a bela fazenda a John e sua mulher. Antes de se mudarem, porém, conhecem Edward Ferrars (Hugh Grant), cunhado de John, por quem Elinor (Emma Thompson), a mais velha, se apaixonou. Aparentemente é um interesse mútuo, mas o rapaz vai embora para Londres, sob influência da irmã que não vê com bons olhos a amizade dos dois. 
Já na nova casa Elinor fica a remoer a saudade enquanto a irmã do meio, Marianne (Kate Winslet) conquista o coração do Cel. Brandon (Alan Rickman), amigo íntimo dos donos da casa em que estão morando. Os vizinhos estimam muito as novas vizinhas, mas vivendo no interior tem hábitos um pouco deselegantes, mas são os mais engraçados personagens do filme). Porém Marianne se apaixona é pelo jovem e espirituoso John Willoughby, que eventualmente também vai para Londres. Ficam as duas irmãs sozinhas, com o agravante de aparecer um moça que se diz noiva de Edward. Numa viagem a Londres é que as decepções amorosas acabam acontecendo de vez.

Para sermos sinceros é difícil crer que Razão e Sensibilidade é mais que uma narrativa escrita por uma mulher sobre mulheres sonhadoras e românticas a procurarem um homem; mas vendo o filme vemos que a realidade é um pouco diferente. Estamos numa sociedade machista e obcecada por status social e financeiro, onde a mais culta das mulheres só sonha em encontrar um bom marido: rico e que as ame. Assim o enredo não é de todo um devaneio, o único defeito disto tudo são as paixões a primeira vista, assunto que sempre despertou-me grande cepticismo. Mas quando vemos a humanidade dos personagens, a naturalidade, engolimos melhor esse romantismo, tudo obra de Lee, que extraiu o melhor do elenco, naturalmente com destaque para Kate Winslet e Thompson. A primeira é a encarnação da sensibilidade: emotiva, espontânea; a segunda é a razão: calma, contida, racional. O roteiro de Thompson, dizem, é bastante fiel. Se é mesmo não sei, nunca li o livro, que sei é que até é interessante a história, e conta com ótimos diálogos.

Razão e Sensibilidade não serve para ver na tarde de sábado acompanhado de uma cerveja, é certo, e também não chega a ser um boa pedida para ver com a namorada; mas é um filme agradável e sensível, que surgindo uma oportunidade não deve deixar de ser visto. Muito melhor que Orgulho e Preconceito, também baseado numa obra de Jane Austen. 
#ficaadica

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Especial: Artista plástico homenageia os prêmios Oscar

Todo mundo sabe que o Oscar (Prêmio da Academia) é uma das mais tradicionais premiações do mundo do cinema, e a mais famosa. Claro que como outros prêmios, tem seus defeitos e injustiças, mas não deixa de ser um prêmio respeitado e cobiçado.
E para comemorar que a cerimônia em 2013 vai completar 85 anos, o artista plástico britânico Olly Moss desenhou 84 estatuetas, uma para cada vencedor de "Melhor filme". Sem dúvida uma homenagem muito interessante.
Vale lembrar que o ano sob cada imagem é o ano "avaliado" pela cerimônia, e não o ano da premiação. Por exemplo, o último vencedor foi "O Artista", o prêmio foi entregue em 2012 para homenagear o melhor filme de 2011, por isso está 2011 sob a imagem. Pode ser necessário clicar nas imagens para ampliá-las, pois a largura do blog não se ajusta bem a elas.
E vamos detalhar as estatuetas:
Capacete de piloto para "Asas"; cartola e bengala para "Melodia na Broadway"; capacete de guerra para "Sem novidades no Front"; arma no coldre para "Cimarron" e traje de recepcionista para "Grande Hotel".
 Big Ben para "Cavalgada"; vestido para "Aconteceu naquela noite"; chapéu de marinheiro para "Grande Motin"; telefone para "Ziegfeld - O Criador de Estrelas" e caracterizado como o protagonista de "Émile Zola".
Muletas para "Do mundo nada se leva"; vestido elegante para "E o vento levou"; trages da época para "Rebecca - A mulher inesquecível"; mineiro sobre flores em "Como era verde o meu vale" e segurando rosa para "Rosa de esperança".
Casaco e chapéu icônicos para "Casablanca"; coleira e trajes para "O bom pastor"; garrafas vazias e morcego para "Farrapo humano"; mãos biônicas para "Os melhores anos de nossas vidas" e cap judaico para "A luz é para todos".
 Crânio de "Hamlet"; falando ao público para "A grande ilusão"; centro das atenções para "A malvada"; traje para "Sinfonia de Paris" e palhaço misterioso para "O maior espetáculo da Terra".
De sunga na água para "A um passo da eternidade"; jaqueta icônica para "Sindicato de Ladrões"; açougueiro gordo para "Marty"; cartola e guarda-chuva para "A volta ao mundo em 80 dias" e  soldado britânico para "A ponte do Rio Kwai".
 Vestido glamouroso para "Gigi"; chicote e capacete romano para "Ben Hur"; espaguete numa raquete para "Se meu apartamento falasse", dançando para "Amor, sublime amor" e trajes de beduíno para "Lawrence da Arábia".
Marcado de batom para "As aventuras de Tom Jones"; vestes elaboradas para "Minha bela dama"; guitarra para "A noviça rebelde"; roupas Tudor para "O homem que não vendeu sua alma" e arma para "No calor da noite".
 Um menino com cartola para "Oliver!"; vestido de vaqueiro para "Perdidos na noite"; equipamentos militares para "Patton, rebelde ou herói?"; chapéu de "Operação França" e smoking de "O poderoso chefão".
Sobre fichas de jogo para "Golpe de mestre"; outro smoking para "O poderoso chefão: parte II"; cicatriz de lobotomia para "Um estranho no ninho"; braços levantados de vitória para "Rocky, um lutador" e roupas largas para "Noivo neurótico, noiva nervosa".
Arma apontada para a cabeça para "O franco-atirador"; o menino de "Kramer versus Kramer"; pulsos cortados para "Gente como a gente"; vence corrida em "Carruagem de fogo" e o personagem de "Gandhi".
Vai se tornando adulto em "Laços de ternura"; peruca de época para "Amadeus"; roupas coloniais para "Entre dois amores"; de joelhos em "Platoon" e pequeno soberano para "O último imperador".
Palitos no chão e cabeça para baixo para "Rain Man"; motorista para "Conduzindo Miss Daisy"; indígena para "Dança com Lobos", mascarado e psicopata para "O silêncio dos inocentes" e o chapéu e lenço icônicos de "Os imperdoáveis".
Simbólica garotinha do casaco vermelho de "A lista de Schindler" e em preto e branco; no banco com caixa de chocolates para "Forrest Gump - o contador de histórias"; kilt para "Coração Valente", queimado como em "O paciente inglês" e cena de "Titanic".
Trajes Tudor para "Shakespeare Apaixonado"; pétalas de cenas de "Beleza Americana"; espada para "Gladiador"; desaparece para "Uma mente brilhante" e com body sensual para "Chicago".
Um hobbit para "O senhor dos anéis: o retorno do rei"; boxeadora de "Menina de ouro"; afro-americano para "Crash - No limite"; chapéu policial para "Os infiltrados" e cabelo e bojão de ar comprimido de "Onde os fracos não tem vez".
Com alternativas de resposta para "Quem quer ser um milionário?"; com roupa anti bombas para "Guerra ao terror"; discursando como em "O discurso do rei" e em preto e branco e elegante para "O artista".

Legal, não? Se gostaram curtam e compartilhem. Também comente de qual estatueta você gostaram mais.
Os filmes marcados de azul são links para postagens sobre eles dentro do blog, confiram.